Longe vão os tempos em que uma “box” era uma caixinha milagrosa que fazia aumentos de potência sem se saber bem o porquê. As powerbox, ou box´s de potência são o que nós designamos na industria de “piggy backs”, isto é, aparelhos que trabalham numa camada superior, adulterando os sensores e/ou actuadores por forma a garantir uma vantagem mecânica. São de simples instalação, rondam valores aceitáveis e até certo ponto funcionam, mas, há algumas coisas que são necessárias saber.
Antes de começar a divagar sobre este tipo de aparelhos, deixo-vos o vídeo que me despertou a vontade de escrever este artigo:
Bem para já começamos bem, com uma descredibilização das “reprogramações” em prol das powerbox, que não seria de estranhar se assim não o fosse, mas onde a coisa começa a ter alguma piada é quando se começam a usar argumentos como a garantia, os parâmetros que se mexem e no fim… “é um facto”.
Pois bem.. aqui seguem alguns factos:
1. Nem legal, nem com garantia
É certo e sabido que a alteração de uma viatura, sob garantia, levará sempre a que a oficina/concessionário invalide a garantia. Estanho seria se de outra forma fosse. E nem valerá a pena discutir a facilidade com que se monta e desmonta uma powerbox, pois carregar um ficheiro original, na maioria dos casos, não demora mais do que 10 minutos.
2. O que altera uma reprogramação ? E uma powerbox ?
É aqui que as coisas se tornam engraçadas porque se por um lado uma reprogramação poderá adulterar, por exemplo, a pressão do common rail, reduzindo os tempos de injecção e dessa forma optimizando o motor, uma powerbox adultera a leitura do sinal de pressão, aumentando a pressão do common rail , sem que exista qualquer correcção ao tempo de injecção, acabando por injectar maior quantidade de combustível.
E quem diz um sensor de pressão do common rail, fala também em sensores de temperatura de combustível, sensores de temperatura de ar, entre muitos outros que, ao transmitirem informação errada à ECU, acabam por aumentar a quantidade de injecção final.

3. O que é melhor ?
Bem, depende daquilo que comprarem. Há powerboxs no mercado bastante sofisticadas, que já têm em consideração alguns parâmetros adicionais, como a posição do pedal de acelerador, para regular a “adulteração” de sinais. Estas podem bem ser uma solução a uma reprogramação à zé dos 20%…. mas, sem qualquer sombra de dúvida que uma reprogramação será sempre o ideal, obviamente, desde que bem feita.
A guerra entre estes dois tipos de solução não é nova, mas é cada vez mais complexo ter uma box sem que a ecu perceba que está a ser alterada e manipulada e o mesmo não é muito diferente para as reprogramações e os famosos “torque monitor”, que impedem alterações menos cuidadas na electrónica, especialmente pedidos de binário absurdos como era apanágio nas EDC16.
4. Exemplos
5. Conclusão
Na hora de escolher uma destas soluções há que ter em conta uma série de factores, sendo no entanto importante perceber que o aumento de potência de um motor não aparece por milagre, é necessário acima de tudo introduzir mais combustível, e seja uma reprogramação, seja uma powerbox, no final é isso que lhe vão garantir. A forma como a potência é obtida obviamente difere, pois uma box não tem qualquer controlo sobre a cartografia, aproveitando-se apenas dos sinais de leitura e dos seus actuadores para promover o tal aumento de potência.
Aquilo que posso garantir é que por norma recebe-se aquilo que se paga, isto é, acreditar em aumentos de 300000% de binário e não sei quantos mil cavalos apenas ao ligar uma ficha é irreal, não existe e é aquilo que se chama a banha da cobra.
Para rematar, “nenhum dos meus amigos normais está disponível para meter uma box…..sim..sim.. é um facto”… muito menos em um 1.3 multijet, nos quais se consegue com relativa facilidade 250nm e mais importante que isso, retirar o enorme fosso que existe até às 1750/2000 rpm, fruto de uma escolha conservadora de mistura pelo fabricante.
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Uma reprogramação consegue aumentar a força do motor até às 2000 ? Sempre pensei que fosse por causa da baixa cilindrada…
Olá Pedro,
Sim, nestes modelos existe uma restrição significativa da quantidade de combustível a baixas rotações. Talvez para poupar a embraiagem e o respectivo volante bimassa.
Uma das diferenças entre uma reprogramação e uma box é que, por exemplo, se consegue aumentar o binário disponível nesta faixa de rotação e deixar inalterado tudo o resto, ou seja, a potência máxima e binário máximo mantêm-se e com isso toda a fiabilidade mecânica.
Uma box não tem a capacidade de fazer este tipo de diferenciação, irá afectar toda a banda de rotação de motor.
Cumprimentos,
Miguel Cunha
Boas amigo sei que este tópico já é antigo mas decidi responder até porque já tive uma boa numa astra h 1.3 e fiquei completamente boquiaberto com a diferença de poder de aceleração. E como troquei depois a astra por um vectra gts 150CV levou também a box e lá continua e com grande poder também… Fica aqui o meu feedback